quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

67.LUTAS DA VIDA

     
     Estamos num mundo de provas e expiações, em tese todo Espírita sabe disso logo nos primeiros passos da aprendizagem sobre o mundo espiritual. 
      Mas as vezes ( e eu me enquadro nisso) não percebemos o quanto pode ser difícil aceitarmos isso e como é grande a influencia disto na vida dos seres humanos...da forma como enfrentam as lutas e, principalmente, as derrotas e tragédias pessoais que se abatem sobre nós ao longo da jornada terrestre.
      Dentro de um mesmo tipo de evento trágico, as pessoas reagem de formas bastante distintas...alguns simplesmente se levantam, outros procuram ajuda para se levantar, alguns se afundam no próprio desespero para depois se levantar e alguns simplesmente não aceitam ajuda e passam a se autoflagelar. 
      Acredito que o espiritismo vem em auxílio para os espíritos sofredores, pois nos dá a capacidade de entender que estamos num mundo de provas e expiações, que somos falhos e que para aprendermos a andar, iremos cair algumas vezes...mas que o nossos erros e mesmo nosso passado não nos define, mas sim o que buscamos para nosso futuro...nossa capacidade de mudar para melhor, nossa capacidade de auto reforma.
     Não podemos mudar o passado e nem apagar nossos erros, mas sabemos que podemos mudar nossas atitudes hoje e mudar os rumos de nossas vidas para um futuro mais feliz. Dentro da certeza de que não existe um Céu que nos receberá, apenas por conta de um ato de bondade ou de uma mudança de convicções após uma vida de erros, muito menos a condenação ao Inferno Eterno ocasionada por esta mesma vida de erros.
     O que existe é a lei da ação e reação, que trás para nossas vidas reflexos de nossas atitudes, de acordo com elas serem boas ou ruins, da mesma forma serão os reflexos que receberemos...percebamos ou não...essa é uma lei natural. 
     Acredito que seja muito mais Justo e Divino, dentro da Lei do Livre Arbítrio, que Deus nos tenha criado para a felicidade, mas nos tenha dado a opção de escolher os caminhos  a seguir, sendo assim, Ele não nos impõe flagelos e nem nos tira deles, mas nos dá todas as ferramentas e chances possíveis para que saiamos destas situações ainda mais fortes, de forma que a felicidade se torne cada vez mais duradoura.
     No momento em que o ser humano tiver plena consciência de que boa parte dos problemas e tristezas que vivencia são originados por suas próprias decisões e que a força para mudar e melhorar está dentro de cada um de nós, boa parte dos Infernos pessoais desaparecerão e a felicidade passará a residir em cada uma destas pequenas decisões acertadas.
     A prova disto é que, segundo o Mestre Jesus, o único caminho para a felicidade e para uma vida seguindo os seus passos é tratar ao próximo como gostaríamos de sermos tratados, ou seja, através da prática da Caridade (Amor verdadeiro). 
    Afinal, dentro da lei do retorno, colhemos o que plantamos, e se conseguirmos tirar de nosso interior a causa das decisões que nos levam ao sofrimento e plantar em nosso semelhante, que está a nossa volta, a semente do Amor verdadeiro, eliminamos praticamente a zero, a chance de grandes sofrimentos, mesmo em um Planeta de Provas e Expiações.

(Este texto me veio a mente após ser abordado e poder conversar com um companheiro de morada terrestre passando por um momento de extremo sofrimento...um dos momentos de encruzilhada desta vida carnal)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

66. FAMÍLIA ESPIRITUAL

    


    Por mais que sejamos reservados em nossas atitudes, creio que todos possuímos colegas e AMIGOS em nossas vidas, afinal, somos todos seres sociais. Da mesma forma, imagino que quase todos nós, possuímos AMIGOS com os quais mantemos verdadeiros laços familiares...são os AMIGOS/IRMÃOS.
      Isto ocorre, pois somos regidos pelas leis da sintonia, pelas quais somos atraídos e atraímos, para nosso universo particular, espíritos encarnados e desencarnados, que possuem o mesmo tipo de frequência vibratória que nós mesmos, ou seja, nossos pensamentos e atitudes acabam nos fazendo ter afinidade e conviver, mesmo que não percebamos, com aqueles que tem o mesmo tipo de emanação mental .
      Além disso, nosso núcleo familiar consanguíneo é o primeiro agrupamento em que nos compete fazer o Bem. Mas não é o único, pois nossa família é a Humanidade inteira.

     Jesus explica o conceito de família espiritual na passagem do Evangelho de Mateus, capítulo 12, versículos 46 a 50:
       “Enquanto ele ainda falava à multidão, a mãe e os irmãos dele estavam de fora, procurando falar-lhe. E alguém disse-lhe: ‘olha, tua mãe e teus irmãos estão lá fora e procuram falar-te’. Mas ele respondeu ao que lhe falava: ‘quem é minha mãe e quem são meus irmãos’? E estendendo a mão para seus discípulos, disse: ‘Eis minha mãe e meus irmãos; porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe!’”
       Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, no Capítulo XIV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, assim analisa esta passagem evangélica:
       “Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13.)
       Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” [1]

      Kardec, no mesmo diapasão, esclarece, no item 18 do Capítulo IV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:
       “No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. (...) Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento.” [2]
       Na obra “Entre a Terra e o Céu”, Clarêncio orienta:
      “A família espiritual é uma constelação de Inteligências, cujos membros estão na Terra e nos Céus. Aquele que já pode ver mais um pouco auxilia a visão daquele que ainda se encontra em luta por desvencilhar-se da própria cegueira. Todos nós, por mais baixo nos revelemos na escala da evolução, possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama a impelir-nos para a elevação. Isso podemos verificar nos círculos da matéria mais densa. Temos constantemente corações que nos devotam estima e se consagram ao nosso bem.” [3]
       Naturalmente, essas passagens não nos devem jamais levar à conclusão de que a família em que ora encarnamos é de pouca importância. Não nascemos por acaso ou acidente em nenhum círculo familiar. Há pessoas que, em momentos de rebeldia, afirmam que “não pediram para nascer”. Contudo, ainda que não nos lembremos, a maioria da Humanidade terrestre pede novas chances de aprendizado e reparação, dentro de nossas possibilidades de maturidade moral e intelectual. Nascemos onde, quando e com quem precisávamos, como lemos, por exemplo, nas respostas às questões 184, 269, 334, 335, 338, 393, 572, 574, 950 e 986 de “O Livro dos Espíritos”.

       Portanto, temos, sim, de investir nosso melhor em nossa família consanguínea, pois certamente temos muito a aprender e muito bem a fazer a esses Espíritos. A lição trazida na passagem evangélica acima citada é que fazemos parte da família das Humanidades, não só de toda a Terra, mas de todo o Universo — e temos o dever de fazer o Bem a todos, a começar pela família que temos em casa, mas não restritos a ela. O Espírito Galileu corrobora essa ideia, no Capítulo VI de “A Gênese”:
       “Uma mesma família humana foi criada na universalidade dos mundos e os laços de uma fraternidade que ainda não sabeis apreciar foram postos a esses mundos. Se os astros que se harmonizam em seus vastos sistemas são habitados por inteligências, não o são por seres desconhecidos uns dos outros, mas, ao contrário, por seres que trazem marcado na fronte o mesmo destino, que se hão de encontrar temporariamente, segundo suas funções de vida, e encontrar de novo, segundo suas mútuas simpatias. É a grande família dos Espíritos que povoam as terras celestes; é a grande irradiação do Espírito divino que abrange a extensão dos céus e que permanece como tipo primitivo e final da perfeição espiritual.” [4]
       Espíritos de maior elevação moral e intelectual, os quais, por seu empenho no Bem, atingem o direito de viver em mundos mais felizes, não desfazem seus laços de afeição a quem amam e que, temporariamente, seguem vivendo na Terra ou em outros mundos de Espíritos em etapas evolutivas anteriores. Observemos o exemplo do Espírito denominado Samuel Filipe, pessoa sempre empenhada em fazer o melhor por seu semelhante, o que o qualificou a fazer uma transição tranquila para o mundo espiritual. Questionado sobre o local onde habitara quando evocado e sobre sua lembrança de seus entes queridos, assim argumentou:
       “P. Esse mundo tão novo e comparado ao qual nada vale o nosso, bem como os numerosos amigos que nele reencontrastes, fizeram-vos esquecer a família e amigos encarnados?
       — R. Se os tivesse esquecido seria indigno da felicidade de que gozo. Deus não recompensa o egoísmo, pune-o. O mundo em que me vejo pode fazer com que desdenhe a Terra, mas não os Espíritos nela encarnados. Somente entre os homens é que a prosperidade faz esquecer os companheiros de infortúnio. Muitas vezes venho visitar os que me são caros, exultando com a recordação que de mim guardaram; assisto às suas diversões, e, atraído por seus pensamentos, gozo se gozam ou sofro se sofrem.” [5]

       A Terra, apesar de ainda estar longe da condição de mundo feliz, vem demonstrando constante evolução. Kardec comenta a esse respeito em “A Gênese”, lançado em 06 de janeiro de 1868, já observando, há quase 143 anos, movimentos mais comumente divulgados nos dias atuais:
       “Hoje, a Humanidade está madura para lançar o olhar a alturas que nunca tentou divisar, a fim de nutrir-se de ideias mais amplas e compreender o que antes não compreendia. (...)
       Essa fase já se revela por sinais inequívocos, por tentativas de reformas úteis e que começam a encontrar eco. Assim é que vemos fundar-se uma imensidade de instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras, sob o influxo e por iniciativa de homens evidentemente predestinados à obra da regeneração; que as leis penais se vão apresentando dia a dia impregnadas de sentimentos mais humanos. Enfraquecem-se os preconceitos de raça, os povos entram a considerar-se membros de uma grande família; pela uniformidade e facilidade dos meios de realizarem suas transações, eles suprimem as barreiras que os separavam e de todos os pontos do mundo reúnem-se em comícios universais, para as justas pacíficas da inteligência.
       Falta, porém, a essas reformas uma base que permita se desenvolvam, completem e consolidem; falta uma predisposição moral mais generalizada, para fazer que elas frutifiquem e que as massas as acolham. Ainda aí há um sinal característico da época, porque há o prelúdio do que se efetuará em mais larga escala, à proporção que o terreno se for tornando mais favorável.” [6]
      Ao estudarmos as palavras de Jesus, assim como analisando, pela História, a redução das fronteiras entre os povos, bem como estudando, pela Física, a interligação de todos pelo Fluido Universal, sempre chegamos à mesma conclusão: todos somos filhos do mesmo Criador, e, portanto, uma única família, à qual nos compete auxiliar levando todo o Bem que sabemos praticar, e aprendendo para praticar todo o Bem que ainda nos caiba aprender.

Referências:

[1] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 97.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo XIV, item 8.
[2] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 97.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1987. Capítulo IV, item 18.
[3] XAVIER, Francisco Cândido. “Entre a Terra e o Céu”. 17.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1997. Cap. 33.
[4] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo VI, item 56.
[5] KARDEC, Allan. “O Céu e o Inferno”. 37.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Segunda parte, Capítulo II. Samuel Filipe.
[6] KARDEC, Allan. “A Gênese”. 34.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1991. Capítulo XVIII, itens 20 e 21.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

64. Conhecimento, Verdade e Liberdade.

 
"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Mahatma Gandhi
      
      Os termos conhecimento, verdade e liberdade, estão diretamente relacionados com a forma como nos relacionamos com as religiões.

       Eis algumas definições destes termos:

- Religião: na origem da palavra, religar ou conectar o homem a Deus.

- Conhecimento: Informações, experiência, discernimento, buscado pelas "ciências".

- Verdade: De acordo com a Bíblia, verdade são as palavras de Deus, as normas, os juízos. Aquilo qué é tido como certo. Real, sincero.

- Liberdade: Agir segundo a própria determinação. Poder agir sem maiores limitações dentro de uma sociedade organizada, sem invadir os limites do ''vizinho''.

       Tem uma frase interessante do pensador Elanklever que cita. "Liberdade não são folhas ao vento, mas o vento que toca as folhas" . 

     Muitas vezes por falta de dicionário, alguns julgam que Liberdade, queira dizer: Desobrigação, ou mesmo ociosidade. E isto muitas vezes este mal entendido, gera para os que tem esta interpretação, uma ''corrida'' pela busca da libertação como sendo  equivalente a busca pela desobrigação de responsabilidades. Libertando-se das ''amarras'' acabam tendendo ao nulo, inútil e fútil.

     Mas será que a Jesus e seus ensinos (Verdades) mudaram com o tempo?

    Claro que não...entretanto, através da corrupção de alguns seres humanos e da utilização da religião, como instrumento de realização de desejos e interesses particulares, se aproveitando de pessoas fragilizadas por vidas ou momentos difíceis, alguns preceitos básicos do Cristo têm sido substituídos por outros.
     
    Doutrina da caridade versus doutrina do ser e do ter.

    Mas aquele que busca com seriedade e atenção percebem claramente que os desígneos divinos, transmitidos por nosso mestre Jesus citam: O CAMINHO DE DEUS, e não uma religião especificamente, pois as religiões (conhecimentos), são humanas, mas a Fé (verdade) é divina.

   Neste aspecto podemos fazer algumas correlações:      - Caminho (ensinos, direção, veredas) de Deus para o ser humano.
      - Caminho do homem pelo próprio homem.
     - Caminho "JESUS", como luz, objetivo, sentido, propósito e modelo de vida. Como na citação: ''Eu sou o CAMINHO, a Verdade e a Vida''.

   Inclusive os Profetas corroboram: 
    - Isaías quando disse: Aplanai o CAMINHO
    - João Batista que pregou: E virá O CAMINHO
    - O Apóstolo Paulo dizendo: Prego O CAMINHO que chamam de seita. 

    Será que todos estavam errados? Mudaram o termo mais abrangente e fidedigno de CAMINHO para Religião A, B ou C, começando as placas de desvios e endurecimento do entendimento. Por isso acredito que cada ser humano tem seu caminho a seguir e, por consequência, se adaptará melhor a uma religião específica.

   Entretanto, para que a busca da felicidade e da elevação espiritual seja possível, independente da vertente religiosa, acredito que não podemos esquecer que somos todos CAMINHANTES e que, conforme nos diz João 8:32:
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
João 8:32
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
João 8:32
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
João 8:32

- E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
João 8:32
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
João 8:32

   Por fim, gostaria de lembrar ainda que conforme João 2:8 o conhecimento verdadeiro já se encontra a nosso alcance:

- Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós;

porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.


63. COMO VENCER AS MÁS TENDÊNCIAS!?

      


      "O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços? - Sim, e às vezes com pouco esforço; o que  lhe falta é a vontade. Ah, como são poucos  os que se esforçam." - (Questão 909 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.)

      Quando Jesus, em Sua reconhecida sabedoria, sentenciou a célebre frase: "Ajuda-te que o céu te ajudará", estava informando à humanidade inteira a lei do esforço, pois ninguém, em época alguma, encontrará o sucesso ou as realizações que almeja sem oferecer sua cota de dedicação e perseverança.

      É do nosso conhecimento que fomos criados por Deus, simples e ignorantes, com a estrada aberta para conquistarmos a luminosidade de uma vida dentro dos padrões do equilíbrio ou para mergulharmos nas trevas da inércia, onde surgem os monstros vorazes da dor e do sofrimento.

      Em verdade, a escolha é totalmente nossa. A bondade divina nos assegura os recursos e nos oferece as condições devidas para que trabalhemos nossas potencialidades, mas a obrigação de fazer, ou o descuido de deixar de fazer determinadas coisas, será deliberação exclusivamente particular, própria de cada ser humano. Portanto, superar as más tendências que ainda insistem em nos manter no fundo do abismo dos desajustes é tarefa definitivamente nossa, onde deve entrar a força de vontade e o idealismo de sepultar os defeitos que temos e sairmos à cata das virtudes que ainda não possuímos.

      E ninguém, em sã consciência e perfeita lucidez de raciocínio, poderá afirmar que não tenha inúmeras falhas a serem sanadas, pois todos as temos, e com freqüência, de forma abundante.

      Aqui é a nossa língua que tem grande ansiedade em comentar sobre a vida alheia, cuidando de problemas que não são nossos, quase sempre deixando de lado os defeitos que possuímos e que estão a rogar corrigenda.

     Ali é a preguiça que ainda carregamos, criando dificuldades e nos prostrando no comodismo, ante as tarefas a serem realizadas, onde, via de regra, cobramos dos outros aquilo que também não fazemos.

     Mais além surgem a indisciplina e a maledicência gerando em nossa volta o desregramento natural de quem deseja viver sem rédeas, freios e limites, como se tudo pudéssemos e tudo nos fosse permitido.

      Noutro lugar aparece o inconformismo e mesmo a revolta contra os desígnios de Deus, onde por vezes gostaríamos que a mundo se curvasse aos nossos pés e que todos nossos sonhos e caprichos encontrassem a realização.

      Enfim, como criaturas imperfeitas que ainda somos, são tantos os defeitos a serem corrigidos, tantas as falhas a serem sanadas, que precisamos dispensar enormes esforços para que possamos obter êxito na batalha contra nossas más tendências.

      Assim, ao invés de ficarmos observando como vivem as pessoas, como procedem os homens, como atuam as criaturas, declinemos a mesma força, o mesmo ímpeto e a mesma dedicação para descobrir em nós mesmos onde estamos errando, quais são as nossas falhas e lancemo-nos, urgentemente, a saná-las, visando o nosso próprio bem.

      Jamais olvidemos que o esforço de cada um será sempre a alavanca firme que nos impulsionará pelos caminhos das conquistas e das realizações. Esforcemo-nos, portanto, e a paz e a felicidade que queremos estarão cada vez mais próximas.


Autor: Waldenir Aparecido Cuin