sábado, 19 de março de 2016

56. AQUISIÇÃO DA CONSCIÊNCIA



       O momento da conscientização, isto é, o instante a partir do qual consegues discernir com acerto, usando como parâmetro o equilíbrio, alcanças o ponto elevado na condição de ser humano. Efeito natural do processo evolutivo, essa conquista te permitirá avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, o dever e a irresponsabilidade, a honra e o desar, o nobre e o vulgar, o lícito e o irregular, a liberdade e a libertinagem.
     Trabalhando dados não palpáveis, saberás selecionar os fenômenos existenciais e as ocorrências, tornando suas diretrizes de segurança aquelas que proporcionam bem-estar, harmonia, progresso moral, tranquilidade. Essa consciência não é de natureza intelectual, atividade dos mecanismos cerebrais. É a força que os propele, porque nascida nas experiências evolutivas, a exteriorizar-se em forma de ações. Encontramo-la em pessoas incultas intelectualmente, e ausente em outras, portadoras de conhecimentos acadêmicos.
     Se analisarmos a conduta de um especialista em problemas respiratórios, que conhece intelectualmente os danos provocados pelo tabagismo, pelo alcoolismo e por outras drogas aditivas, e que, apesar disso, usa ele próprio, qualquer um desses flagelos, eis que ainda não logrou a conquista da consciência. Os seus dados culturais são frágeis de tal forma, que não dispõem de valor para fomentar uma conduta saudável. 邐潎浲污退慆x0邐1
     Por extensão, a pessoa a que se permite o crime do aborto, sob falsos argumentos legais ou de direitos que se faculta, assim como todos aqueles que o estimulam ou o executam, incidem na mesma ausência de consciência, comportando-se sob a ação do instinto e, às vezes, da astúcia, da acomodação, mascaradas de inteligência.
     Outros indivíduos, não obstante sem conhecimento intelectual, possuem lucidez para agir diante dos desafios da existência, elegendo o comportamento não agressivo e digno, mesmo que a contributo de sacrifício.
     A consciência pode ser treinada mediante o exercício dos valores morais elevados, que objetivam o bem do próximo, por conseqüência, o próprio bem. O esforço para adquirir hábitos saudáveis conduz à conscientização dos deveres e às responsabilidades pertinentes à vida.
     Herdeiro de si mesmo, das experiências transadas, o ser evolui por etapas, adquirindo novos recursos, corrigindo erros anteriores somando conquista. Jamais retrocede nesse processo, mesmo quando, aparentemente, reencarna dentro das paredes de enfermidades limitadoras, que bloqueiam o corpo, a mente ou a emoção, gerando tormentos. Os logros evolutivos permanecem adormecidos para futuros cometimentos, quando assomarão, lúcidos.
    A aquisição da consciência é desafio da vida, que merece exame, consideração e trabalho.

(Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Momentos de Consciência. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis)


quinta-feira, 17 de março de 2016

55. DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR...E A DEUS O QUE É DE DEUS


54. Rodolfo Calligaris e a História do Espiritismo


          O ESPIRITISMO PROPRIAMENTE dito, coordenado sob o tríplice aspecto de Ciência, Filosofia e Religião, só existe há pouco mais de um século, ou, mais precisamente, a partir de 18 de abril de 1857, data em que se deu a publicação de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
           Os fenômenos sobre que ele se apóia, porém (atribuídos à ação dos Espíritos), pode dizer-se que remontam aos primeiros dias da existência do homem na Terra. A literatura mais antiga que se conhece a eles se refere, ora sob a forma de lendas e alegorias, ora de maneira clara e positiva. Na Índia, a prática da evocação dos mortos sempre existiu e ainda hoje existe, principalmente na casta sacerdotal.
           No antigo Egito os mortos tinham grande influência sobre os vivos: imiscuíam-se nos negócios mundanos, obsediavam, manifestavam sua presença e sua ação por diversas formas (Ermann, “A Religião Egípcia”). Maspero, em Estudos Egiptológicos, conta que há em Leide um papiro datando da 58 dinastia (3500-3300 a.C.), onde se narra que um viúvo caiu gravemente enfermo por atuação da falecida esposa, que lhe conservava grande rancor.
          Na literatura e na história da Grécia e de Roma encontram-se, em abundância, casos de comunicações com as almas trespassadas. Segundo Homero, Ulisses valia-se da mediunidade de Circe para interrogar o Espírito Tirésia, o de sua mãe e de vários outros defuntos, e todos lhe respondiam claramente (“Odisséia”, X e XI). Em uma obra ainda hoje lida pelos eruditos, Plínio, o Moço, relata o caso do espectro de Atenas, em virtude do qual Atenodoro adquiriu uma casa a preço irrisório. Esse filósofo, na primeira noite em que a ocupou, estando a ler e escrever como de costume, ouviu um ruído semelhante ao arrastar de correntes.
          Erguendo os olhos, viu um velho, triste, carregado de ferros, que se aproximou e lhe fez sinal para que o acompanhasse, conduzindo-o a um ponto do corredor, onde desapareceu. Levado o fato ao conhecimento dos juízes, estes ordenaram que fossem feitas escavações no lugar e acabaram encontrando um esqueleto acorrentado. Deram-lhe honrosa sepultura e os fenômenos cessaram (Cartas, LVII, 27). Sócrates, Fílon e Plotino comunicavam-se com seus guias espirituais, a que chamavam “gênios”. Informa Cícero que seu amigo Apio conversava freqüentemente com os trespassados (“De Devinatione”). Plínio, o Antigo, narra que Tibério também se dava à prática de evocar e confabular com os Espíritos (“História”, XXX, 6). Pela mediunidade de Erato, a famosa mágica de Tessália, soube Sexto Pompeu de vários episódios que o interessavam (Lucano, “Pharsalia”).
           O historiador Cesar de Vesme, diante das pesquisas etnográficas, assegura que entre os selvagens a crença na sobrevivência e manifestação dos Espíritos “se impôs, bon gré, mal gré, independente de seus desejos, pela observação dos fatos” (“História do Espiritualismo Experimental”).
           Lapponi, escritor católico, em “Hipnotismo e Espiritismo”, diz que “desde tempos remotíssimos se tem acreditado e se acredita nas relações reais entre os homens ainda vivos e os defuntos, bem como entre aqueles e outros seres imateriais de ordem superior. E a justificação de tais crenças, em todos os séculos, está ligada a narrativas imemoriais de fatos maravilhosos”. (Os grifos são nossos.)
           Referindo-se aos fenômenos espiríticos, observa William James, notável filósofo norte-americano, que foi professor na Universidade de Harvard:
            “A Fisiologia nada quer com eles. A Psicologia ortodoxa lhes vira as costas. A Medicina os expulsa; ou, quando muito, se está em veia de anedotas, citam-se alguns casos como efeitos da imaginação. Entrementes, os fenômenos aí estão, vastamente espalhados em toda a extensão da História. Abri-a à página que quiserdes e achareis muitas coisas narradas sob os nomes de adivinhação, inspiração, possessão demoníaca, aparições, transes, estudos, curas miraculosas, malefícios, feitiçarias.
            Supõe-se que a mediunidade é originária de Rochester, USA, e que o magnetismo animal data de Mesmer; mas, perlustrai um dia o avesso das páginas da história oficial, consultai as memórias, os documentos legais, as legendas, e os livros de anedotas populares, e vereis que não existe época em que esses fatos não deixem de ter sido tão abundantemente relatados como em nossos dias” (“Estudos e Reflexões de um Psiquista”).
            Maiores subsídios a respeito poderão ser encontrados em “A Evolução”, de Carlos lmbassahy, onde colhemos grande parte das citações feitas neste artigo.

Fonte: Reformador – Janeiro/1975


domingo, 13 de março de 2016

53. BIBLIOGRAFIA DE ALLAN KARDEC

     
      Para todos aqueles que iniciam seus estudos quanto ao mundo espiritual ou têm curiosidade quanto a este tema, pretendo descortinar uma parte da vida e dos feitos do codificador da doutrina espírita, Allan Kardec.
      Nascido em Lyon, na França que, no dia 3 de outubro de 1804, nasceu aquele que mais tarde devia ilustrar o pseudônimo de Allan Kardec (“Obras Completas” –Editora Opus, p. 1, 2ª edição especial, 1985).
     Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu às 19 horas, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhamel, sua esposa, moradores de Lyon, rua Sala, 76 (“Obras Completas.” Allan Kardec. Editora Opus, p. 1).
     Seus primeiros estudos foram feitos na sua terra natal e completou a sua bagagem escolar na cidade de Yverdun (Suíça), onde estudou sob a direção do famoso mestre Pestalozzi, de quem recebeu grande influência. Inúmeras vezes, quando Pestalozzi era solicitado pelos governos, para criar institutos como o de Yvernun, confiava a Denizard Rivail o trabalho de substituí-lo na direção da escola. Bacharelou-se em letras e ciências e doutorou-se em Medicina, após completar todos os estudos médicos e defender brilhantemente sua tese. Conhecia e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol; tinha conhecimentos também do holandês e com facilidade podia expressar-se nesta língua. Foi isento do serviço militar e, depois de dois anos, fundou, em Paris, na rua Sèvres 35, uma escola idêntica à de Yverdun. Fizera sociedade com um tio, para esse empreendimento, irmão de sua mãe, o qual entrava como sócio capitalista. Encontrou destaque no mundo das letras e do ensino ao qual freqüentava, em Paris, vindo a conhecer a senhorita Amélie Boudet, a qual conquista o seu coração. Ela era filha de Julien Louis Boudet, antigo tabelião e proprietário, e de Julie Louise Seigneat de Lacombe. Amélie nasceu em Thias (Sena), em 23 de novembro de 1875. Denizard Rivail casa-se com ela no dia 6 de fevereiro de 1832. A senhorita Amélie Boudet era nove anos mais velha do que Rivail. Seu tio, que era sócio na escola que fundaram, era dominado pelo jogo levando essa instituição à falência. Fechado o instituto, Rivail liquidou as dívidas, fazendo a partilha do restante, recebendo cada um a quantia de 45 mil francos. O casal Denizard aplicou suas rendas no comércio de um dos seus amigos mais íntimos. Este realizou maus negócios, indo outra vez à falência, nada deixando aos credores.
         Rivail trabalhando duro, aproveitava a noite para escrever sobre gramática, aritmética, livros para estudo pedagógicos superiores; ao mesmo tempo traduzia obras inglesas e alemãs. Em sua casa organizava cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia. Escreveu: “Curso Prático e Teórico de Aritmética”, segundo o Método de Pestalozzi, com modificações, dois tomos em 1824; “Plano proposto para a melhoria da educação pública”, que assina como discípulo de Pestalozzi e em que expõe processos pedagógicos avançados em 1828. Escreveu os seguintes livros: “Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?”, “Memória sobre estudos clássicos”, premiado pela Academia Real das Ciências, de Arras, em 1831; “Gramática francesa clássica” em 1831; “Manual dos exames para os certificados de habilitação: soluções racionais das perguntas e dos problemas de Aritmética e de Geometria”, em 1846; “Catecismo gramatical da língua francesa” em 1848; “Programa dos cursos ordinários de Química, Física, Astronomia e Fisiologia” em 1849; “Ditados normais (pontos) para exames na Municipalidade (Hotel-de-Ville) e na Sorbonne” (1849), obra escrita com a colaboração de Lévi-Alvarès. Escreveu ainda: “Questionário gramatical, literário e filosófico”, em colaboração com Lévi-Alvarès. Segundo informa André Moreil, várias de suas obras são adotadas pela Universidade da França. Era membro de inúmeras sociedades de sábios, especialmente da Academia Real d’Arras.

A PRIMEIRA INICIAÇÃO DE RIVAIL NO ESPIRITISMO

       Ainda jovem, no ano de 1823, Denizard Rivail demonstrava grande interesse pelo magnetismo animal, um movimento da época chamado também de mesmerismo, porque fora criado pelo médico alemão Francisco Antonio Mesmer (1733-1815), que morava em Paris desde 1778. No ano de 1853, quando as mesas girantes e dançantes vindas dos Estados Unidos invadiram a Europa, os adeptos do mesmerismo ou magnetistas de Paris logo quiseram explicar com suas teorias magnéticas este curioso fenômeno. No final do ano de 1854, o magnetista Fortier notificou a Rivail o fenômeno das mesas dançantes que se comunicavam, dizendo-lhe: Sabe o senhor da singular propriedade que acabam de descobrir no magnetismo? Parece que não são unicamente os indivíduos que magnetizam, mas também as mesas, que podemos fazer girar e andar a vontade. No ano de 1855, encontrou o Sr. Carlotti, um antigo amigo seu que tornou a lhe falar desses fenômenos cerca de uma hora com muito entusiasmo, o que lhe fez despertar novas idéias. No fim da conversa disse-lhe: Um dia serás um dos nossos. Respondeu-lhe: Não digo que não. Veremos mais tarde (“Obras Póstumas. Obras Completas.” Editora Opus, p. 1160, 2ª edição especial, 1985).
      Em maio de 1858, Rivail foi à casa da Sra. Roger, encontrando com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Estavam presentes ali o Sr. Pâtier e a Sra. Plainemaison que explicaram a ele aquelas manifestações. Rivail foi convidado a assistir às experiências que se realizavam na casa da Sra. Plainemaison, na rua Gange-Batelière, nº 18. O encontro foi marcado para terça-feira às oito horas da noite. Foi ali pela primeira vez que Rivail presenciou o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não houve mais dúvida nele. Numa das reuniões da Sra. Plainemaison, Rivail conheceu a família Baudin, que morava na rua Rochechouart, que o convidou para ir a sua casa para assistir às sessões semanais que se realizavam ali. Ele aceita o convite e, desde então, Rivail passa a ser muito assíduo à reuniões (“Obras Completas”, p. 1160).
       Uma noite, por intermédio de um médium, seu espírito pessoal lhe revelou que eles haviam vivido juntos em outra existência, no tempo dos Druidas, nas Gálias, e que seu nome era Allan Kardec (“Obras Completas.” Editora Opus, 2ª edição, 1985 p. 1). Em 1856, Kardec freqüentava sessões espíritas que eram feitas na rua Tiquetone, na residência do Sr. Roustan e da Srta. Japhet. No dia 25 de março deste ano, na casa do Sr. Baudin, sendo médium uma de suas filhas, Rivail aceita a revelação de ter como guia um espírito familiar chamado: A Verdade. Depois ficará sabendo que se trata do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que Jesus havia prometido enviar.
       Reuniu todas as informações que tinha sobre o espiritismo e codificou uma série de leis, publicando no dia 18 de abril de 1857 uma obra com o nome de: Le Livre des Espirits (“O Livro dos Espíritos”). Este livro alcançou grande repercussão, esgotando rapidamente a primeira edição. Allan Kardec fê-la reeditar no ano de 1858, neste mesmo ano em janeiro ele publica a Revue Spirite (“Revista Espírita”), o primeiro órgão espírita da França, e cuja existência ele assim justificou: Não se pode contestar a utilidade de um órgão especial, que mantenha o público a par desta nova ciência e o premuna contra os exageros, tanto da credulidade excessiva, como do ceticismo. É essa lacuna que nos propusemos preencher com a publicação desta revista, no intuito de oferecer um veículo de comunicação a todos aqueles que se interessam por essas questões e de vincular por um laço comum aqueles que compreendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral, ou seja, a prática do bem e da caridade evangélica para com o próximo (“Espiritismo Básico.” Pedro Franco Barbosa, 2ª edição, FEB, p. 53).
        E em 1º de abril funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Editou ainda outros livros: “O Livro dos Médiuns”, que surgiu na primeira quinzena de janeiro de 1861, considerado como a obra mais importante sobre a prática do espiritismo experimental. Em 1862, publicou “Uma Refutação de Críticas contra o Espiritismo”; em abril de 1864, “Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo”, que mais tarde foi alterado por o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, com explicações das parábolas de Jesus, aplicação e concordância da mesma com o espiritismo. Kardec interpreta os sermões e as parábolas de Jesus, fazendo de maneira que concordem com seus ensinos e com as crenças espíritas e animistas que sempre existiram. Em 1º de agosto de 1865, lançou nova obra com o título de “O Céu e o Inferno” ou a “Justiça Divina Segundo o Espiritismo”; em janeiro de 1868, a “Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo”, com a qual completa a codificação da doutrina espírita e o nome de Allan Kardec passa a figurar no Novo Dicionário Universal, de Lachâtre, como filósofo.
        Hippolyte Léon Denizard Rivail – Allan Kardec – morreu em Paris, na rua Santana, 25 (Galeria Santana, 59), no dia 31 de março de 1869, com 65 anos de idade, sucumbindo pela ruptura de um aneurisma. A senhora Rivail contava com 74 anos quando seu esposo morreu. Sobreviveu até 1883, morrendo em 21 de janeiro, com a idade de 89 anos sem deixar herdeiros diretos.

segunda-feira, 7 de março de 2016

51. O SER HUMANO NA SOCIEDADE ATUAL


    
     “O homem e a mulher contemporâneos seduzidos pelas ambições desmedidas do poder que lhes propicia o luxo, o lazer e gozos, permanecem ADORMECIDOS para as graves RESPONSABILIDADES ESPIRITUAIS.
     ....TRANSFEREM o pensamento e a emoção para o exterior com grandes prejuízos da HARMONIA INTERIOR.
     As suas preocupações e anelos giram e torno  dos valores materiais supondo-se, equivocadamente, pessoas especiais, incólumes ao sofrimento, às aflições...
    Supõem que a sua alegria não terá termo e as concessões que desfrutam não chegarão ao fim...
    Quando porém, chamados aos embates da evolução através das ocorrências menos felizes do dia-a-dia, desestruturados e desequipados, imergem na amargura ou na revolta, no medo ou nas fugas espetaculares, procurando evitar os desafios ou os enfrentam com hostilidade, violencia, insensatez....

    Muita falta faz o CONHECIMENTO e a VIVÊNCIA da Doutrina Espírita à criatura moderna.
   O Espiritismo chega, neste momento grave, como resposta do Céu generoso à Terra aflita, oferecendo diretrizes, equipamentos e luzes que proporcionam paz.
    É necessário que haja um DESPERTAMENTO para os VALORES DO ESPÍRITO eterno a fim de que se consiga a IDENTIFICAÇÃO CONSIGO MESMO e com o  BEM.”                                                                    

(Joanna de Angelis - DEPERTE E SEJA FELIZ)

sábado, 5 de março de 2016

50. DISCERNIMENTO


Humildade com deserção.
O espírito verdadeiramente humilde possui a coragem de servir em todas as circunstâncias.
*
Cooperação com subserviência.
O servilismo desajuda em qualquer missão de auxílio.
*
Jovialidade com extroversão inconveniente.
O otimismo pede correção e serenidade.
*
Ideal com fantasia.
Quem foge à realidade adormece em pesadelo.
*
 Compreensão com temor.
O medo obscurece a razão.
*
Estudo com negligência.
Sem método, todo esforço surge deficitário.
*
Paz com tristeza.
O sentimento nobre desconhece a consternação doentia.
*
Ponderação com egocentrismo.
Quem pondera, no bom sentido, despersonaliza os pensamentos.
*
Disciplina com dominação.
A ordem age com critério e o autoritarismo encoraja a violência.
*
Amor com parcialidade.
 O amor puro não distingue facções para manifestar-se.
Fuja ao barateamento dos valores reais da vida.
Destaca-se o homem dos demais seres da criação pela faculdade de discernir o bem do mal, a verdade do erro e o justo do injusto, na movimentação dos próprios passos.

André Luiz (Waldo Vieira)

(De "Ideal Espírita"- Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira - Autores Diversos)

49. DIANTE DAS ADVERSIDADES DA VIDA


        Recuperar-se de um tombo não é uma tarefa das mais fáceis, devemos concordar. Não são todos que conseguem colocar em prática o refrão popular: Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, criado na música de Paulo Vanzolini. Muitas vezes, quando caímos, por qualquer motivo, como seja o fim de um relacionamento; a perda de um emprego; um acidente, ou até mesmo a pressão do dia a dia, tendemos a ficar estatelados no chão.

        Como continuar? Como seguir adiante? Vale a pena todo esforço novamente?

        Felizmente existem pessoas que conseguem contornar tudo isso com maior facilidade. Mesmo quando tudo parece conspirar negativamente, elas vão em frente, com um sorriso no rosto e dispostas a enfrentar o que for preciso. Intrigados em descobrir o que levava algumas pessoas a enfrentar tão bem esses contratempos da vida, especialistas em comportamento humano passaram a estudar os traços desses sobreviventes.
        Os primeiros chegaram a concluir que se tratava de uma invulnerabilidade inata, algo como um verdadeiro dom com o qual as pessoas já nasciam. Porém, parece que isso não respondia tudo, e há pouco mais de uma década começou-se a investigar o termo invulnerabilidade. Este parecia sugerir que as pessoas seriam 100% imunes  a qualquer tipo de adversidade – o que não seria a realidade. Embora sejam pessoas que passem pelos problemas com maior facilidade, isso não quer dizer que saiam dessas experiências totalmente ilesas.
        Os estudiosos passaram a buscar um termo mais adequado, e foi então que emprestaram uma terminologia da física: resiliência. Resiliência é uma propriedade de alguns materiais, que mostra sua capacidade em retornar ao seu estado original, após sofrer grande pressão. Assim seriam as pessoas com alto grau de resiliência: teriam capacidade de encarar as adversidades como oportunidade de mostrar e aprimorar sua competência, seu entusiasmo. Tais pessoas encontram também soluções criativas e determinadas para se levantar do chão.
        Neste instante você poderá estar imaginando qual o seu grau de resiliência, certo? Cabe destacar aqui que ser resiliente não é ser indiferente, insensível. Não se trata de sentir ou não sentir, mas sim de como atravessar as experiências. Seria uma habilidade, que todos podemos adquirir, de suportar o sofrimento, extraindo dele tudo que tem para nos ensinar. Aí está a chave de tudo.

        Léon Denis afirma com propriedade, que se, nas horas de provação, soubéssemos observar o trabalho interno, a ação misteriosa da dor em nós, compreenderíamos melhor sua obra sublime de educação e aperfeiçoamento.
                                                                * * *
        A razão da dor humana procede da proteção divina. Os povos são famílias de Deus que, à maneira de grandes rebanhos, são chamados ao aprisco do Alto. A Terra é o caminho. A luta que ensina e edifica é a marcha. O sofrimento é sempre o aguilhão que desperta as ovelhas distraídas à margem da senda verdadeira.

(Redação do Momento Espírita com base em artigo publicado na revista Vida simples, de Janeiro de 2008; no cap. XXVI do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb e no cap. 31 do livro Jesus no lar, do Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb - 10 de Abril de 2008)