sábado, 27 de fevereiro de 2016

48. MENSAGEM FRATERNA


Guarde-se do mal e defenda-se dele com a realização do bem operante.
Há muito que fazer, valorizando a oportunidade e serviço que surge inesperada.
A intriga não merece a atenção dos seus ouvidos.
A injúria não merece o respeito da sua preocupação.
A ingratidão não merece o respeito da sua preocupação.
A ofensa não merece o zelo da sua aflição.
O ultraje não merece o seu revide verbalista.
A mentira não merece a interrupção das suas nobres tarefas.
A exasperação não merece o seu sofrimento.
A perseguição gratuita não merece a sua solicitude.
A maledicência não merece o alto-falante da sua garganta.
A inveja não merece o tempo de que você necessita para o trabalho nobre.
Abra os braços ao dever, firme-se no solo do serviço, abrace-se à cruz da responsabilidade, recordando o madeiro onde expirou o Cristo e, em perfeita magnitude, desafie a fúria do mal.
O lídimo cristão é fiel servidor.

(De “Legado Kardequiano”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Marco Prisco)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

47. OS 3 ÚLTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE O GRANDE


      Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:
       - 1º que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
       - 2º que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...) e em; 
       - 3º que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

      Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões.

      Alexandre explicou:
      - 1º Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
      - 2º Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui
permanecem;
     - 3º Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.


"Para que você seja um bom cultivador de almas é preciso que tenhas em sua sementeira interior as mudinhas das virtudes. Somente quem possui pode oferecer. Somente quem planta, pode colher. Pense nisso e seja um cultivador de virtudes!"

46. SENTIR, PENSAR E FALAR...



Pondera a vereda dos teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos.

Pv. 4:26

*

Toda avaliação é útil desde que não atinja a censura em se referindo aos outros, mas a advertência conosco mesmo, deve ser enérgica e decidida. Se não tiveste forças para disciplinar os teus maus pendores, cuida urgentemente de não os anunciar, pois o verbo em desalinho castigar-te-á mais ainda.

**

Considera o que vais falar ao próximo: a tua palavra, desconhecendo a educação, pode feri-lo e, por vezes, ele não está preparado para o perdão. Quem não medita no que fala, pode ouvir o que não quer, ficando devendo, na escrita divina, o que fez.

***

Procura examinar as tuas idéias nas conversações com os teus companheiros e faze uma seleção como se estivesse preparando a tua comida. Se a tua palavra for agradável, otimista e educativa, deixará esperança nos corações que te ouvirem. ၵ门￿ၵ싨騧譕臬Ӭ 匀譖౵橗謁ࡆ痿褐ﱅᗿ鷜ゕS䖉圌橗贁ﲅ￾￿Vࡶ鍰¥事� ̄�Ūͥ 삅萏蟢T莋Ě

****

Quando lembrar do teu irmão, sozinho ou acompanhado, esquece suas fraquezas e comenta as virtudes que ele se esforça por conquistar. Se fores cego aos direitos dos outros, coloca-te no lugar dele.

*****

Ponderação é acerto, é a procura do acertar e, nessa busca, Deus te ajuda pelas linhas do teu próprio esforço.

******

Mede o que tua boca se propõe a falar e corrige antes que o verbo seja ouvido, porque depois de anunciado somente existe um recurso muito raro entre as almas: o perdão.

*******

Pensa bem na importância dos teus diálogos, pois eles mostrarão aos outros o que verdadeiramente és. Quem conhece a ciência da palavra, conhece a ciência de viver.

********

Se queres que os outros falem bem de ti, faze o mesmo com relação a eles.

*********

(Do livro "Gotas de Ouro", de João Nunes Maia, Espírito Carlos)

45. O TESTAMENTO DO MENDIGO


     Um mendigo fez um testamento. Ele não tinha nada material para transmitir a alguém, mas sente-se feliz em deixar para quem quiser receber, algumas coisas que o dinheiro não compra: 
 
    ''Agora, no fim da vida
Como mendigo que sou,
Me sinto preocupado,
Intrigado e num momento
Me pergunto, embaraçado,
Se faço ou não testamento.

Não tendo, como não tenho
E nunca tive ninguém,
Pra quem é que eu vou deixar
Tudo o que eu tenho:
os meus bens?

Pra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Minhas calças remendadas,
O meu céu, minhas estrelas,
Que não me canso de vê-las
Quando ao relento deitado
Deixo o olhar perdido,
Distante, no firmamento?

Se eu fizer um testamento
Pra quem é que vou deixar
Minha camisa rasgada,
As águas dos rios, dos lagos,
Águas correntes, paradas,
Onde às vezes tomo banho?

Pra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Vaga-lumes que em rebanhos
Cercam meu corpo de noite,
Quando o verão é chegado?

Se eu fizer um testamento
Pra quem vou deixar,
Mendigo assim como sou,
Todo o ouro que me dá
O sol que vejo nascer
Quando acordo na alvorada?
O sol que seca meu corpo
Que o orvalho da madrugada
Com sua carícia molhou?

Pra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Os meus bandos de pardais,
Que ao entardecer, nas árvores,
Brincando de esconde-esconde,
Procuram se divertir?
Pra quem é que eu vou deixar
Estas folhas de jornais
Que uso para me cobrir?

Se eu fizer um testamento
Pra quem é que eu vou deixar
Meu chapéu todo amassado
Onde escuto o tilintar
Das moedas que me dão,
Os que têm a alma boa,
Os que têm bom coração?

E antes que a vida me largue,
Pra quem é que eu vou deixar
O grande estoque que tenho
Das palavras "Deus lhe pague"?

Pra quem é que eu vou deixar,
Se fizer um testamento,
Todas as folhas de outono
Que trazidas pelo vento
Vêm meus pés atapetar?

Se eu fizer um testamento
Pra quem é que vou deixar
Minhas sandálias furadas,
Que pisaram mil caminhos,
Cheias dos pós das estradas,
Estradas por onde andei
Em andanças vagabundas?
Pra quem é que eu vou deixar
Minhas saudades profundas
Dos sonhos que não sonhei?

Pra quem eu vou deixar,
Se fizer um testamento,
Os bancos dos meus jardins,
Onde durmo e onde acordo
Entre rosas e jasmins?
Pra quem é que vou deixar,
Todos os raios de luar
Que beijam minhas mãos
Quando num canto de rua
Eu as ergo em oração?

Se eu fizer um testamento
Pra quem é que vou deixar
Meu cajado, meu farnel,
e a marca deste beijo
Que uma criança deixou
Em meu rosto perguntando
se eu era Papai Noel?

Pra quem é que eu vou deixar,
Se fizer um testamento,
Este pedaço de trapo
Que no lixo eu encontrei
que transformei em lenço
Para enxugar minhas lágrimas
quando fingi que chorei?

Se eu fizer um testamento...
Testamento não farei!
Sem nenhum papel passado,
Que papéis eu não ligo,
Agora estou resolvido:
O que tenho deixarei,
Na situação em que estou,
Pra qualquer outro mendigo,
Rogando a Deus que o faça,
Depois que eu tiver morrido,
Ser tão feliz quanto eu sou.''

Por: Urbano Reis (03 de Março de 1989).

domingo, 21 de fevereiro de 2016

44. OS AMIGOS ESPÍRITOS DE LUZ E A REDENÇÃO


     Os Trabalhadores da Seara do Amor sabem que há sempre, em nós, um componente de incerteza, de falha, de descuido, que pode pôr tudo a perder.
    Estamos a caminho da redenção quando damos apoio consciente às tendências do bem em nós, quando estimulamos, com as nossas lágrimas e cultivamos, com amor e sofrimento, as sementeiras da paz. Se, ao contrário, nos deixamos dominar pelas sombras que trazemos no íntimo, paramos no tempo, enquanto se aprofundam em nós as raízes do desequilíbrio, no terreno fértil das paixões que julgamos tragicamente indomáveis quando são, simplesmente indomadas.
    Nossos amigos espíritos de luz, nos assistem com desvelado carinho, amparam-nos nas horas de incerteza, ajudam-nos em momentos de fraqueza e de desânimo, mas não podem fazer, por nós, aquilo que nos compete.
    Temos que saber que podemos pôr um ponto final nos círculos viciosos de nossos erros, que buscam eternizar-se dentro de nós, por um esforço da nossa vontade, que só é possível depois de compreendermos a inutilidade do ódio e a força invencível do Amor.

    (Partes de textos retiradas do livro Diálogo com as sombras, de Hermínio C. de Miranda)

43. LEITURA ESPÍRITA


      Dentro da perspectiva do Espiritismo como Fé raciocinada, sobre a qual já falei em postagens anteriores, relacionei abaixo os livros que li até o momento (pretendo continuar atualizando-a) e que considero muito úteis para o meu aprendizado sobre o MUNDO MAIOR, bem como listei, em seguida, os livros que eu achei pouco produtivos, ou que não me fizeram sentir a espiritualidade através deles.

    Primeiro listo os livros que me trouxeram mensagens e conhecimentos que estão, pouco a pouco, formando, para mim, o quebra-cabeças das relações humanas e da vida espiritual:

1-Nosso lar, André Luís, Chico Xavier, 1944 (Natal, RN - 2007)
2-Livro dos espíritos, Allan Kardec, 1857 (Natal, RN - 2008 - Livro de Leitura Constante)
3-Céu e inferno, Allan kardec, 1865 (Natal, RN - Mar/2009)
4-Gênese, Allan kardec, 1868 (Santa Maria, RS - Dez/2012)
5-Livro dos Médiuns, Allan kardec, XXXX. (Leitura Constante)
6-Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan kardec,1864 (Leitura Constante)
7-Os mensageiro, André Luís, Chico Xavier, 1944 (Natal, RN - 2009)
8-Missionários da luz, André Luís, Chico Xavier,1945 (Natal, RN - Ago/2010)
9-Obreiros da vida eterna, André Luís, Chico Xavier,1946 (Rio de Janeiro, RJ - Nov/2011)
10-No mundo maior, André Luís, Chico Xavier, 1947 (Santa Maria, RS - Fev/2013)
11-Libertação, André Luís, Chico Xavier, 1949 (Santa Maria, RS - Mar/2013)
12-Nos domínios da mediunidade, André Luís, Chico Xavier, 1955 (Santa Maria, RS - Jun/2013)
13-Os exilados de capela, Edgard Armond, 1951 (Rio de Janeiro, RJ - 2011)
14-Na cortina do tempo, Edgard Armond, 1978 (Rio de Janeiro, RJ - 2011)
15-Almas afins, Edgard Armond, 1951 (Rio de Janeiro, RJ - 2011)
16-Paulo e estevão, Emmanuel, Chico Xavier, 1941 (Rio de Janeiro, RJ - Ago/2011)
17-A 2000 anos atrás, Emmanuel, Chico Xavier, 1939 (Rio de Janeiro, RJ - Ago/2011)
18-Cinquenta anos depois, Emmanuel, Chico Xavier, 1940 (Rio de Janeiro, RJ - Set/2011)
19-Ave cristo, Emmanuel, Chico Xavier, 1953 (Rio de Janeiro, RJ - Ago/2011)
20-Entre a terra e o céu, André Luís, Chico Xavier, 1954 (Santa Maria, RS - Abr/2013)
21-O espiritismo perante a bíblia, Luís Amaro Faria e Sérgio Fernando Aleixo, 2009 (Rio de Janeiro, RJ - 2011)
22-Arquivos psíquicos do Egito, Hermínio C. Miranda, 1994 (Santa Maria, RS - Fev/2013)
23-As lições de Chico Xavier, Marcelo Souto Maior, 2005 (Santa Maria, RS - Fev/2013)
24-Transição planetária, Manoel Philomeno de Miranda, Divaldo Franco,2010 (Santa Maria, RS - Jul/2013)
25-A Caminho da luz, Emmanuel, Chico Xavier, 1939 (Santa Maria, RS - Ago/2013)
26-Ação e reação, André Luís,  Chico Xavier, 1956 (Natal, RN - Dez/2013)
27-Amanhecer da nova era, Manoel Philomeno de Miranda, Divaldo Franco, 2012(Santa Maria, RS - Fev/2014)
28-Servidores no Além, espíritos diversos, Chico Xavier, 1989 (Campo Grande, MS - Jan/2016)
29-Evolução em dois Mundos, André Luís, Chico Xavier, 1958 (Santa Maria, RS - Mar/2014)
30-Diálogo com as Sombras - Teoria e prática, Hermínio C Miranda, 1976 (Campo Grande, MS - Fev/2016)
31-Ninguém é de Ninguém, Lucius, Zíbia Gasparetto,XXXX. (Natal, RN - 2007)          
32-Memórias de um Suicida, Camilo Cândido Botelho, Yvonne A. Pereira, 1955(Campo Grande, MS - Set/2015)
33-Mecanismos da Mediunidade, André Luís, Chico Xavier, 1959 (Campo Grande, MS - Fev/2016).

       Num segundo momento, estou listando livros que não se sintonizaram com o que venho aprendendo até agora, por sua pouca profundidade, pela falta da mensagem evangélica ou mesmo pelos objetivos incertos, sendo assim, não me fizeram sentir que seus mensageiros e/ou suas mensagens, sejam verdadeiramente focados nas máximas de nosso Mestre Jesus Cristo:

1-O sistema de Capela, Galileu e Karran, João Berbel, 2005 (Santa Maria, RS - Set/2013).
2-Crepúsculo dos deuses, Robson Pinheiro, 2005 (Santa Maria, RS - Dez/2012).

sábado, 20 de fevereiro de 2016

42. A CRÍTICA


      Convidado a fazer uma preleção sobre a crítica, o conferencista compareceu ante o auditório superlotado, sobraçando pequeno fardo. Após cumprimentar os presentes, retirou os livros e a jarra d'água de sobre a mesa, deixando somente a toalha branca.
      Em silêncio, acendeu poderosa lâmpada, enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho, várias dúzias de flores colhidas de corbelhas próximas. Logo após, apanhou da sacola diversos "biscuits" de inexprimível beleza, representando motivos edificantes, e enfileirou-os com graça.     
      Em seguida, situou na mesa um exemplar da Bíblia Sagrada em capa  dourada. Depois, com o assombro de todos, colocou uma pequenina lagartixa  num frasco de vidro.
       Só então comandou a palavra, perguntando:
       - Que vedes aqui, meus irmãos?
       E a assembléia respondeu, em vozes discordantes:
       - Um bicho! - Um lagarto horrível! - Uma larva! - Um pequeno monstro!
       Esgotados breves momentos de expectação, o pregador considerou:
       - Assim é o espírito da crítica destrutiva, meus amigos! Não enxergastes o forro de seda lirial, nem as flores, nem as pérolas, nem as preciosidades, nem a Bíblia Sagrada, nem a luz faiscante que acendi...vistes apenas a diminuta lagartixa...
       E concluiu:
       - Nada mais tenho a dizer... 

41. A PONTE DE LUZ.


       Terminara Jesus a prédica no monte; Nisso, o apóstolo Pedro se aproxima E diz-lhe:

      "Senhor, existe alguma ponte que nos conduza ao Alto, ao Céu que brilha muito acima? Conforme ouvi de tua própria voz, sei que o Reino do Amor está dentro de nós... Mas deve haver, no Além, o País da Beleza, mais sublime que o Sol, em fulgor e grandeza... Onde essa ligação, Senhor, esse divino acesso?"

      Jesus silenciou, como entrando em recesso da palavra de luz que lhe fluía a jorro... Circunvagou o olhar pelas pedras do morro e, depois de comprida reflexão, falou ao companheiro:

     "Ouve, Simão, em verdade, essa ponte que imaginas existe para a Vida Soberana, mas temos de atingi-la por estrada que não é bem a antiga estrada humana."
     "Como será, Senhor, esse caminho?" tornou Simão a perguntar.

     E Jesus respondeu sem hesitar: 

     "Coração que o escolha, às vezes, vai sozinho, e quase que não tem senão renúncia e dor, solidão e amargura... E com quanto pratique e viva a lei do bem, sofre o assédio do mal que o vergasta e procura reduzi-lo à penúria e a desfalecimento.Quem busca nesta vida transitória, essa ponte de luz para a eterna vitória, conhecerá de perto o sofrimento, e há de saber amar aos próprios inimigos, não contará percalços nem perigos para servir aos semelhantes, viverá para o bem a todos os instantes e mesmo quando o mal pareça o vencedor, confiando-se a Deus, doará mais amor...E ainda que a morte, Pedro, se lhe imponha, na injustiça ferindo-lhe a vergonha, aceitará pedradas sem ferir, desculpará injúria e humilhação se deseja elevar o coração à ponte para o Reino do Porvir..."

     Alguns dias depois, o Cristo flagelado, entregue à própria sorte encontrava na cruz o impacto da morte, silencioso, sozinho, desprezado...

     Terminada que foi a gritaria da multidão feroz naquele dia, ante o Céu anunciando aguaceiro violento, Pedro foi ao Calvário, aflito e atento, envergando disfarce...queria ver o Mestre, aproximou-se para sentir-lhe o extremo desconforto...Simão chorou ao ver o amigo morto. E ao fitá-lo longamente, magoado, ele ouviu, de repente, uma voz a falar-lhe das Alturas:

     "Pedro, segue, não temas, crê somente!... Recorda os pensamentos teus e meus... Esta cruz que me arrasa e me flagela é a ponte que sonhavas, alta e bela, para o Reino de Deus."

(Do livro "A vida conta", de Francisco Cândido Xavier - Maria Dolores)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

40. INTOLERÂNCIA, RELIGIOSIDADE E MANIPULAÇÃO

   
      Quando passamos a buscar viver as verdades do espiritismo, passamos a sofrer, muitas vezes de ataques infundados e críticas desconexas, baseadas em ''falsas verdades'', principalmente quando os atacantes podem fazer uso da vantagem do anonimato. Já postei alguns textos e expus algumas idéias minhas, particulares, sobre este tipo de ataque, entretanto, neste texto, pretendo fazer uso de alguns trechos do livro ''Diálogo com as sombras, de Hermínio C. de Miranda'', que caracterizam alguns irmãos desencarnados, para traçar o perfil de alguns encarnados que passam suas vidas preocupados em encontrar supostos pontos ''falhos'' na crença dos outros, ao invés de dar suporte e credibilidade a suas próprias crenças.
       Dentre os atacantes das religiões com conceitos que divergem dos defendidos nas suas crenças particulares, podemos encontrar um grupo diversificado, mas com características comuns. Dentre estes perfis diversificados, podemos dividi-los em alguns ''grupos'':

       1) OS MATERIALISTAS: ''Vivem na carne, convictos de que além da matéria, nada existe. Para eles, além da morte, só há o silêncio e a escuridão do não-ser''. Normalmente, se incomodam com a crença em algo superior, na eternidade da alma, pois isto expõe a fragilidade de suas convicções. Não aceitam que alguém além dos que compartilham de suas crenças possam estar certos, sendo todos os outros ingênuos que acreditam em fantasias infantis. Não percebem que, ao defender de forma ferrenha, suas verdades, passaram a ser tão ''fanáticos'' do que aqueles que atacam.

       2) OS INTELECTUAIS: ''Nem sempre são materialistas. Encontramo-los de todos os feitios, variedades e tendências. Há os descrentes, indiferentes, materialistas, espiritualistas, religiosos ou não. Quase sempre se deixam dominar por invencível vaidade. Julgam-se geniais - e muitas vezes o são mesmo, mas deixaram o cérebro suplantar o coração. São bons argumentadores e, quando movidos para objetivos definidos, são difíceis de se dialogar, pois se acham solidamente convencidos do poder e da força das suas próprias fantasias, suas doutrinas, seus sofismas e auto justificações.''            
        Observando atentamente, podemos ver que o intelectualismo não passa de uma fuga do espírito que não quer enfrentar suas próprias dúvidas. Escondendo-se sob uma capa de certeza, rígida e inflexível, se protegendo da aproximação de qualquer tipo de emoção, que não seja o frio jogo de palavras a que está habituado e que o anestesia espiritualmente.

       3) OS RELIGIOSOS: ''Apresentam-se, quase sempre, como zelosos trabalhadores do Cristo, empenhados na defesa da -sua- Igreja. São argutos, inteligentes, agressivos, violentos, orgulhosos, impiedosos e arrogantes. O grande problema destes irmãos desarvorados é o poder. Quase sempre exercem, na organização religiosa  que criam ou a que se filiam, posições  de mando e destaque. Estão acostumados  a dominar os outros, não a si mesmos, pois tudo se permitem, desde que os objetivos que escolheram sejam alcançados.''
       Muitas vezes, durante diálogos sobre o mundo espiritual, invocam passagens, bem escolhidas aos seus propósitos, como aquela em que Cristo declara que não veio trazer a paz, mas a espada (Matheus, 10:34), tudo para manter a ''sua'' verdade como a verdade suprema.

       Tentei mostrar nas descrições acima que os desencarnados e encarnados possuem as mesmas características básicas, até porque, tratam-se dos mesmos irmãos, apenas em momentos diferentes da vida. Como características comuns temos que, todos os três grupos acima costumam ser, de fato, muito brilhantes e cultos, artificiosos no raciocínio envolvente, na formulação de perguntas embaraçosas, hábeis manipuladores do método socrático, com objetivo de obter a condenação de qualquer um que vai de encontro as suas verdades, através de suas próprias palavras.
        São muitos os que falam em nome de uma fé que não possuem mais, em nome de um Deus que não amam, de um Cristo que pretendem colocar a serviço de suas paixões subalternas e de um Evangelho que somente citam naquilo que lhes convém, com as interpretações que lhes interessam.
         Por fim, não podemos esquecer, que o Cristo nos deixou de forma clara, através de seu exemplo e de suas palavras, que não podemos deixar, nunca, que nosso cérebro se sobreponha ao nosso coração, pois não a salvação que não seja pela Caridade, ou seja, pelo amor incondicional aos nossos semelhantes, em detrimento ao que acreditamos que seja a verdade.