Que deve fazer a mãe terrestre para cumprir evangelicamente os seus deveres, conduzindo os filhos para o bem e para a verdade?
- No ambiente doméstico, o coração maternal deve ser o
expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os
sacrifícios pela paz da família.
Dentro dessa esfera de trabalho, na mais santificada tarefa
de renúncia pessoal, a mulher cristã acende a verdadeira luz para o
caminho dos filhos através da vida.
A missão materna resume-se em dar sempre o amor de Deus, o
Pai de Infinita Bondade, que pôs no coração das mães a sagrada essência
da vida. Nos labores do mundo, existem aquelas que se deixam levar pelo
egoísmo do ambiente particularista; contudo, é preciso acordar a tempo,
de modo a não viciar a fonte da ternura.
A mãe terrestre deve compreender antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus.
Desde a infância, deve prepara-los para o trabalho e para a luta que os esperam.
Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do
abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as
posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação
das bases de uma vida.
Deve sentir os filhos de outras mães como se fossem os seus
próprios, sem guardar, de modo algum, a falsa compreensão de que os seus
são melhores e mais altamente aquinhoados que os das outras.
Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia
quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a
heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.
Sacrificar-se de todos os modos ao seu alcance, sem quebrar o
padrão de grandeza espiritual de sua tarefa, pela paz dos filhos,
ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante é
divino, e que todo desperdício é falta grave.
Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio, para que
sejam igualmente amparados no mundo, na hora de amargura que os espera,
comum a todos os espíritos encarnados.
Nos problemas da dor e do trabalho, da provação e da
experiência, não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame
desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos
para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos
morais das situações transitórias do mundo.
Será ele no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo do trabalho e a fonte de harmonia para todos.
Buscará na piedosa Mãe de Jesus o símbolo das virtudes
cristãs, transmitindo aos que a cercam os dons sublimes da humildade e
da perseverança, sem qualquer preocupação pelas gloriosas efêmeras da
vida material.
Cumprindo esse programa de esforço evangélico, na hipótese de
fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães
incompreendidas entregar o fruto de seu labores a Deus, prescindindo de
qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá
apreciar os seus sacrifícios e abençoarão as suas penas, no instituto
sagrado da vida familiar.
Fonte: O Consolador
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